Silvia C.S.P. Martinson
morto na alçada
do voo que liberta,
tal qual guerreiro oprimido,
que se desacorrenta
e audaz,
inocente,
levanta a espada
pela última vez.
Canção de pobre
rastejante andrajo,
de gente esquecida,
pois humana não é.
Passou das escalas
e na vida não conta.
O zero lhe é muito
e em nada se faz.
Canção de inconscientes
e falazes, de egoístas
e traidores,
são a nata e a ralé
de toda a sociedade.
Com esquadro
não se medem,
e na tortuosidade
se integram.
Canção de todos
os bons
que trabalham e enobrecem,
que constroem,
baseificam e enaltecem
os sentimentos mais puros
e as ações mais retas
em benefício do Homem,
da verdade e do amor.
Canção de todos,
para todos,
é a vida que surge
sedenta, nos olhos
da criança em flor,
pródiga e boa
em cada dia
que nasce, para o fitar
de um sonhador.