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Despedida do poeta

D

Silvia C.S.P. Martinson

 
Quando desta vida partiu,
não deixou saudades,
nem alegrias não resolvidas.
Dos sonhos, quimeras perdida,
das ilusões, amores, almas partidas,
dos dias gloriosos e ensolarados
e das Estações se apropriou!
Das diuturnas, matinais explosões de cores,
as luzes e sombras consigo guardou!
Apoderou-se da palavra,
do som, do veso, da expressão
da arte, da maestria e do amor...
E, a tudo tomou, escondeu, surrupiou!
Deixou-nos o corpo, o Poeta,
pálido, exangue, sem vida!...
E a alma? A alma furtou-nos,
sorrateiro, levando em seu âmago
a verve, a luz, o brilhantismo,
a alegria, o amor, a fidalguia
e também, dolorosamente: levou a a Poesia.
A nós? Nenhum sorriso ou olhar!
Nenhum só! ... Na partida. Na despedida!

Miragens

M

Silvia C.S.P. Martinson

 
No silêncio da noite
quando minha voz já não ouves,
imagina que em estrelas,
tu, me encontres
a olhar-te de longe,
a sonhar mil amores,
a viajar nos ardores,
enlaçada em teus braços fortes.
Caminharemos na noite
qual pássaros, qual Fênix
trocaremos de plumas
e abraçados amantes
no infinito distante
felizes, enfim,
nos perderemos.

Te amarei

T

Sílvia C.S.P. Martinson

Te amarei como as noites que são eternas.
Te amarei como o canto dos passarinhos em seu ninho.
Te amarei se supostamente me permites
em todos os dias de minha vida.
Te amarei como o sol quando amanhece,
inundando a escuridão, iluminando a vida.
Te amarei sobretudo quando me olhas
e de teu doce olhar, que me seduz,
me vás conduzir devagarinho
aos céus, ao infinito.
E levarei comigo toda luz,
toda a vida que hás mudado na caminhada
de minha peregrinação então ocorrida.
Caminharei ao teu lado sem mais sofrimento.
Andarei sem pressa...
Caminharei feliz, contente,
andando passo a passo
ao encontro de teu amor,
ao encontro de ti...Minha vida!

NÃO POSSO VOLTAR ATRÁS

N

Pedro Rivera Jaro

Traduzido ao português por Sílvia C.S.P. Martinson

Eu tinha uma grande amiga
E ela também me tinha como amigo
Mas o que aconteceu para que eu a perdesse?
Com todo o valor que tinha sua amizade...
O que fiz de errado para perdê-la?
Não adianta eu querer mantê-la,
Nem adianta eu querer preservá-la.
Também tive um grande amor
E esse amor também me amava
Mas o que aconteceu para que eu o perdesse?
Com todo o valor que tinha esse grande amor...
O que fiz de errado para perdê-lo?
E de nada serve querer mantê-lo,
Nem adiantou nada eu tentar cuidar dele.
Se eu encontrasse meus erros do passado,
Se eu pudesse atrasar os dois relógios
Da amizade e do amor,
Voltaria àqueles momentos
Em que cometi minhas falhas
E desfaria meus erros cometidos,
Para que, uma vez corrigidos,
O tempo passasse até os dias de hoje
Sem perder nem o amor nem a amizade,
E assim continuasse aumentando minha alegria.

Meu caminho

M

Silvia C.S.P. Martinson

 
Que estrada percorrer
me pergunto por que?
Se dúvidas eu tenho,
a qual caminho tomar?
O dia de esperanças,
de fortes lembranças me traz
dos momentos inesquecíveis,
das alegrias e horas felizes
que em caminhadas
por nós urdidas,
ao amanhecer e ao alvorecer
minha alma rejuvenescida
te esperava e aguarda esquecida
de que a noite sempre chega
e, às vezes, o escurecer
faz-nos do traçado caminho esquecer
e inevitavelmente, então, a nos perder.

Politica arriscada

P

Pedro Rivera Jaro

Traduzido ao português por Sílvia C.S.P. Martinson

Que política nojenta que destrói amizades,
quando enfrentam a vida por objetivos diferentes.
Que desgraça de partidos que .desfazem irmandades,
pela maneira oposta de pensarem.
Que pena que partidos cortem relações,
enquanto se escondem em coloridas reuniões.
Simulam o que não são realmente
para com o apoio de todos,
ao domínio chegarem
permitindo-lhes enriquecerem rapidamente.
A acha tenta apenas parecer tronco,
para de toda árvore o voto conseguir
Azinheiros, álamos, castanheiros e freixos
com orgulho proclamam que são deles,
e seu voto, esperançosos, presenteiam
a quem chegar ao poder,
e estes sem escrúpulos
depois os vão cortar.
Assim ocorre na equipe oposta,
aquela que usa a navalha curva,
faz com as vinhas a mesma coisa,
traz no seu cabo escondido o aço da lâmina
que engana, fazendo-a parecer madeira.
E então neles as videiras votam,
sonhando que irão governar bem.
Porém quando a colheita chega,
a lâmina oculta fazem surgir
e afiando sem demora o seu aço,
os cachos de uvas, da anual colheita,
os cortam e rapidamente os levam,
guardados em repleta cesta,
vendendo-os aos grandes bodegueiros,
escondendo logo em suas avaras bolsas,
os produtos obtidos pela venda.

 

Letras

L

Silvia C.S.P. Martinson

 
Comi um pedaço de pão,
havia nele posto mel,
pensei: por que não tirar
também das palavras
todo o gosto de fel?
Adoçar assim a vida,
fazê-la dia após dia
mais alegre mais bonita,
pintada e colorida?
Então adornei as letras
juntando umas às outras,
buscando no sentido
dessa união, o motivo
de as tornar mais belas,
o amargor tirando delas
e que bailassem alegres
tão doces e felizes,
como o sabor do pão
todo coberto. E elas…
Com o cheiro de Mãe
e o mais puro gosto de
mel!

Uma manhã

U

Silvia C.S.P. Martinson

Quando as ondas se rompem na praia
e o mar ilumina meus olhos com sua majestade,
eu me sinto tão pequena ante tanta magnitude.
E por suposto a minha gratidão
é só e somente,
por tudo com que a vida me há presenteado:
por todas as coisas boas que há semeado,
pelas sementes que em minhas mãos há deixado,
por todas as alegrias que tive.
Elas com seus movimentos,
seus indos e vindos
recordam-me que sou como um barco
ao capricho do vento,
navegando através do tempo.
Debaixo do sol em calorosos dias.
Debaixo da lua em sua beleza pura.
Com força e coragem,
superando as dificuldades
nas noites mais escuras.

Sou muito más além de mim

S

Silvia C.S.P. Martinson

 
Sou muito mais, além de mim,
verdade... Eu sou assim!
Quando a luz do dia
morre e a noite enfim
vem toldar as esperanças,
eu ressurjo das cinzas
e me cubro com a alegria
de saber que sou eterna,
que estou somente passageira
nesta barca, que vagueia
por ondas necessárias, pequeninas,
desta transitória carne,
nesta inevitável vida.

A tua ausência

A

Silvia C.S.P. Martinson

Pelas ruas solitária caminhava
a sentir como punhaladas
o vazio, incongruências,
em meu coração assinaladas.
Hás partido e o que hás vivido,
nos caminhos deixaste esquecido,
deixastes sem remorsos:
o tão grande carinho
e todo o amor recebido.
A vida te roubou,
a terra que te encontrou
de mim usurpou
a alegria, a esperança,
deixando à tua ausência
somente do amor
só dor. E de ti total carência.
Como dói!
A tua ausência...

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