Pedro Rivera Jaro
Traduzido para o português por Silvia Cristina Preysler.
No que conhecemos como o Corredor Verde, que era uma antiga linha de trem, existem uma série de lojas que minha esposa e eu frequentamos habitualmente para as compras diárias de alimentos. Uma delas se chama Montepinos.
Em um de seus dois estabelecimentos, montepinos possui um mercadinho, onde há uma peixaria, uma tabacaria, um açougue e uma quitanda.
No outro local, situado bem em frente, atravessando a rua, há uma cafeteria que, em parte, abriga um forno de padaria, com sua seção de pães e confeitaria.
Outro dia, fui à padaria comprar pão, a pedido da minha esposa e, ao abrir a porta de vidro, observei como por cima do meu ombro, entrou voando uma fêmea de pardal e pousou à minha frente, sobre a borda de uma prateleira.
Distingo entre fêmea e macho porque o macho carrega em suas penas o que chamamos de gravata, que é uma mancha escura na garganta e no peito; a fêmea não tem essa marca, sendo totalmente cinza, assim como no restante de suas penas.
Aquele animalzinho desceu ao chão e bicava migalhas de pão e restos de comida que, suponho, caíam dos lanches dos clientes da cafeteria. Tentei me aproximar dela, mas, com curtos voos e pulinhos, não me deixou.
Comprei meu pão e me aproximei da caixa, que me conhece e se chama Eva, e comentei sobre o ocorrido. Ela me respondeu que já havia notado o pássaro e que ele vinha entrando desde a época da pandemia, quando estivemos confinados em nossas casas. Sem encontrar comida na rua, o pardal entrava para buscar dentro do local. Mas o que mais chamou minha atenção foi o que Eva me contou: que, quando o passarinho tinha filhotes, entrava com eles para buscar alimento para dar-lhes de comer. Também me disse que, se conseguisse pegá-lo, o colocaria no forno, porque, logicamente, ele suja tudo com seus dejetos.
Comprei meu pão e me aproximei da caixa, que me conhece e se chama Eva, e comentei sobre o ocorrido. Ela me respondeu que já havia notado o pássaro e que ele vinha entrando desde a época da pandemia, quando estivemos confinados em nossas casas. Sem encontrar comida na rua, o pardal entrava para buscar dentro do local. Mas o que mais chamou minha atenção foi o que Eva me contou: que, quando o passarinho tinha filhotes, entrava com eles para buscar alimento para dar-lhes de comer. Também me disse que, se conseguisse pegá-lo, o colocaria no forno, porque, logicamente, ele suja tudo com seus dejetos.
Pensemos que ela é responsável por limpar o local. Porém, o animalzinho é suficientemente esperto para não deixar ninguém colocá-lo nas mãos.
Quando terminou sua busca por alimento, esperou que alguém abrisse novamente a porta e saiu para a rua. Em minha modesta opinião, acredito que um animalzinho que demonstra tamanha inteligência para sobreviver às dificuldades da vida, mesmo não sendo humano, merece admiração e respeito.