Silvia C.S.P. Martinson
Ela estava na praia por volta das 7,00 horas da manhã.
Na areia havia poucas pessoas.
O mar estava calmo, verde, águas límpidas, o sol surgia no horizonte clareando o dia, aquecendo as águas, a terra e aos homens de boa vontade e aos de má vontade também.
O Sol nasce para todos.
Havia motivos para chamar alguns de: homens de boa vontade. Isto se dá porque ao invés, há pessoas que amanhecem de mal consigo mesmas e por consequência com o mundo.
Que lástima!
Poderiam, estas, se sorrissem seriam mais felizes se não se preocupassem tanto com a vida alheia.
Após estas breves considerações sigamos com a nossa narrativa. E assim se passou. Eis como ela a quem conheci na praia me contou:
- Pois que assim que cheguei, carregada com a minha cadeira de praia, guarda-sol e uma bolsa contendo todos os objetos necessários para desfrutar de uma manhã preciosa na orla, ou seja: água para beber, toalha de banho, bronzeador, protetor solar, celular com carga completa para manter os devidos contatos com meu tradutor, ali me instalei.
Ali me instalei, diga-se de passagem, sem deixar de explicar -face às naturais dificuldades pertinentes à minha pessoa – que foi com algum esforço.
E assim sendo, fiquei à espera das amigas que sempre chegam um pouquinho mais tarde.
Foi o que se passou, continuou ela a narrar.
- Elas chegaram e se instalaram junto a mim, que lhes havia reservado um espaço um pouco maior. Éramos cinco mulheres.
Mais ou menos por volta das 10,30 horas da manhã chegaram outras pessoas, que por certo e por motivos particulares, resolveram vir mais tarde à praia.
Como me pareceu são moradoras antigas deste povoado e por serem muito velhas se julgam donas da praia e pensam que os melhores lugares, junto ao mar, devam-lhes serem reservados.
Em suas cabeças destituídas de bom senso, pequenez de cultura, urbanidade e vivência humana, devam ser-lhes guardados estes espaços por direito , o que só existe em seus pensamentos distorcidos.
¡Que pena!
E assim segue narrando:
- Então se acercaram a nós, liderados por uma velha, loira oxigenada, magra e mal vestida, que segundo algumas outras pessoas disseram, costuma ter atitudes desta natureza todos os veraneios apesar de residir em Madri, elas começaram em voz alta a dizer, a fim de que ouvíssemos que estávamos ocupando um espaço maior do que nos cabia. O que não era verdade.
Por falta de qualidade de comunicação e por serem pessoas que não têm maior capacidade intelectual de diálogo, ao invés de aproveitarem a bela manhã que se nos era brindada pela natureza, passaram todo o tempo a fazer comentários desairosos sobre nós e sobre os demais que ousavam lhes passar sob os olhos maldosos.
Para que saibas, nos mantivemos caladas e as ignoramos por completo, sem dirigir-lhes um olhar ou uma palavra sequer. Não valia a pena desgastar-mo-nos por tão pouco. Estávamos felizes.
Ela então, assim, encerrou sua narrativa:
- A manhã apesar de tudo nos brindou com muita alegria pelo encontro com os amigos, pelo banho em um mar deslumbrante e um sol de verão abrasador, que nos acariciou sobremaneira com seus raios.
Tudo o que se passou nos permitiu que novas ideias nos ocorressem e pudéssemos contar a você, escritor, este fato, a fim de que narre a seus leitores, através de seus escritos, mais uma história.
Eu lhe agradeci e parti na esperança de encontrar em meu caminho outras pessoas, outros episódios, quem sabe, para contar.