NA MINHA CASA EU MANDO (Quando minha esposa não está)

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Pedro Rivera Jaro

Traduzido ao portugués por SIlvia Cristina Preissler

Conta a lenda de Rozas do Porto Real que Majadillas, que era uma aldeia adjacente a Cadalso de los Vidrios, foi abandonada no primeiro terço do século XIX porque as formigas a comeram. Seja verdade ou não, o que é certo é que estava situada em um lugar muito bonito, próximo ao ribeirão Tórtolas, e que do local se conservam de pé as ruínas de sua igreja de São Pedro. Além da igreja, neste pequeno povoado havia 22 casas e 1 taberna. A população era de 20 vizinhos que viviam dedicados à agricultura.

Continuamos contando, segundo a lenda, que à aldeia de Majadillas chegou um dia uma expedição enviada pela Irmandade Provincial de Pecuaristas, interessados em aumentar ali o número de cabeças de gado, que aparentemente tinha os pastos muito desaproveitados. Essa expedição levava vacas e cavalos para doar aos habitantes locais, e o critério que adotaram para distribuí-los baseava-se no fato de que aqueles lares onde a direção da casa era exercida pela mulher receberiam uma vaca leiteira, e nos lares em que o homem dirigia o lar, seria presenteado com um cavalo.

O resultado de toda a operação foi que em todas as casas a dona de casa mandava, exceto na casa de Juan, o Carvoeiro, que afirmou que em sua casa ele mandava. Em cada casa deu-se uma vaca, exceto na casa de Juan, o Carvoeiro, a quem deram um cavalo totalmente branco, que levou para sua casa puxado pela guia e o prendeu no anel de ferro que havia junto à porta de entrada de sua casa.

Quando sua esposa viu o cavalo branco em sua porta, perguntou a Juan sobre ele. Ele explicou que havia escolhido um cavalo porque assim poderia usá-lo para carregar os sacos de carvão vegetal que produzia. Sua esposa respondeu que o cavalo branco deveria ser trocado por outro que fosse negro, primeiro porque ela gostava mais daquela cor, e segundo, porque com o pó negro do carvão, sempre estaria sujo.

O carvoeiro voltou com o cavalo e disse ao responsável pela distribuição dos animais que ele deveria trocar por um cavalo negro, porque sua mulher gostava mais daquela cor. O responsável imediatamente disse ao seu assistente: “A ESTE, RECOLHA O CAVALO E DÊ-LHE UMA VACA, PORQUE EM SUA CASA MANDA SUA MULHER, POR MUITO QUE ELE DIGA QUE MANDA”.

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Pedro Rivera Jaro

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