A palavra de honra

A

Pedro Rivera Jaro

Traducido al portugués por Silvia C.S.P. Martinson

A palavra de um homem tem que valer tanto como uma escritura pública firmada ante um notário.

Assim me ensinou meu pai que por sua vez o aprendeu com meu avô. Não suportava que um homem desse sua palavra e depois não a cumprisse. E isto era aplicável e valia para todas as atividades da vida, ou fosse um negócio ou bem um encontro com os amigos.

Eu recordo, sendo um menino, ao final da década dos cinquenta, que meu pai havia adquirido um segundo caminhão Basculante, marca Chevrolet, para trabalhar na construção e havendo chegado à conclusão de que, por vários motivos, não lhe resultava interessante, decidiu pô-lo a venda.

Um industrial amigo dele se ofereceu para comprá-lo. Falaram ambos e de palavra cerraram o trato em 95.000 pesetas e deixaram para documentar a venda e escriturar na próxima semana.

Uma hora mais tarde, meu pai foi a barbearia de Miguel El Peluca para que o barbeassem (então estavam começando a popularizar-se os primeiros barbeadores elétricos, porém a barbearia era um lugar de atividade social e centro de contato público).

Ali na barbearia outro transportador conhecido de meu pai, que havia se inteirado de que vendia o Chevrolet, lhe fez uma oferta de 125.000 pesetas ao que meu pai lhe respondeu que sentia muito, porém que já havia empenhado sua palavra.

Era uma diferença importante de dinheiro, 30.000 pesetas, que era, mais ou menos, o que custava um piso na zona sul de Madri naqueles anos, porém a palavra para meu pai valia muito mais. Essa quantidade era aproximadamente o que ganhava um trabalhador em dois anos de trabalho.

Muitos anos mais tarde, quando eu era estudante de Ciências Econômicas e Empresariais, tinha um assunto que, era Banca e Bolsa. Nela fazíamos práticas na Bolsa de Madri e durante as mesmas aprendemos que os Agentes de Cambio e Bolsa em suas operações de compra e venda de títulos no mercado de ações, quando operavam nos distintos Círculos, comprando e vendendo, davam sua palavra aceitando uma operação, que logo se refletia por escrito, porém em princípio “Pego ou Vendo” nas distintas cotizações que iam circulando pelos Círculos eram respeitadas sempre. A palavra dada pelos agentes se respeitava 100 por 100, porque se algum deles houvera voltado atrás, do trato aceitado, seria afastado da atividade.

Porém, atualmente, observamos como pessoas que deveriam ser o paradigma da honradez e da honorabilidade, pelos altos cargos públicos que desempenham, mudam de opinião sem a menor indigestão, demonstrando com seus atos, tudo ao contrário do que haviam prometido muito pouco tempo antes.
Este comportamento deveria ser causa suficiente para que, de tais cargos públicos fossem banidos de tais postos, conseguidos a base de mentir aos que os puseram, votando-lhes.

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Pedro Rivera Jaro

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