María da Gloria Jesús de Oliveira
Já fui jovem e mãos de fada tive, pele sedosa com brilho e altivez. Percebo, agora, que nem tudo vive e que o tempo tirou-me a robustez. Luneta em punho, feito detetive, e buscando nas sendas um talvez, sei que jamais uma certeza obtive: de ver nascer o que era apenas indez. Desisto do que sei ser impossível, aceito as tatuagens que me cobrem, riscando o que já foi tecido liso. Apenas em meus olhos é rizível encontrar os resquícios da jovem, quando mostro a alegria em farto riso.